A obesidade tem impacto significativo na saúde sexual masculina. Homens com excesso de peso frequentemente apresentam menor interesse sexual e problemas de desempenho, principalmente devido à disfunção erétil. Esta condição é provocada pela redução dos níveis de testosterona e pela inflamação sistêmica induzida pelas citocinas inflamatórias liberadas pelo tecido adiposo. Esses mediadores inflamatórios danificam as células que revestem os vasos sanguíneos, dificultando a ereção.
Além disso, a obesidade afeta a temperatura dos testículos, crucial para a produção e qualidade dos espermatozoides. O acúmulo de tecido adiposo na região da coxa e virilha eleva a temperatura escrotal, prejudicando a fertilidade masculina.
O desequilíbrio hormonal também é uma preocupação, com homens obesos frequentemente apresentando baixos níveis de testosterona e altos níveis de estrogênio. Essa condição está associada a distúrbios na produção de espermatozoides, como oligozoospermia e azoospermia. O excesso de estrogênio, derivado em parte da conversão da testosterona pela aromatase presente no tecido adiposo, interfere negativamente na espermatogênese e na produção hormonal.
A obesidade também contribui para a disfunção oxidativa e danos ao DNA dos espermatozoides. O aumento na produção de espécies reativas de oxigênio leva à oxidação dos lipídios, proteínas e DNA espermático, afetando sua integridade e capacidade de fertilização.

Apesar dos impactos adversos, há esperança: mudanças no estilo de vida, incluindo perda de peso e tratamentos adequados, podem ajudar homens com sobrepeso ou obesidade a recuperar sua fertilidade e melhorar sua saúde sexual.
Dr Victor Menezes é Endocrinologista, especialista em Obesidade, formado na Universidade de São Paulo (USP-SP)