A endocrinologia desempenha um papel fundamental na compreensão e tratamento da disfunção erétil (DE), uma condição que afeta a capacidade de um homem de alcançar e manter uma ereção suficiente para uma atividade sexual satisfatória. A DE é um problema complexo que pode ter múltiplas causas, e os distúrbios hormonais desempenham um papel significativo em muitos casos.

Fisiologia Hormonal da Ereção:
Para entender a relação entre endocrinologia e DE, é importante primeiro compreender a fisiologia hormonal por trás da ereção. A testosterona, principal hormônio sexual masculino, desempenha um papel crucial na regulação da função erétil, influenciando a libido, a resposta sexual e a saúde dos tecidos penianos. Além disso, outros hormônios, como o hormônio luteinizante (LH), hormônio folículo-estimulante (FSH), prolactina e hormônio de crescimento, também podem afetar a função erétil.
Causas Endócrinas da Disfunção Erétil:
Distúrbios endócrinos, como hipogonadismo (baixa produção de testosterona), hiperprolactinemia (altos níveis de prolactina), hipertireoidismo (excesso de produção de hormônios tireoidianos) e diabetes mellitus, podem contribuir para o desenvolvimento da DE. O hipogonadismo, em particular, é uma causa bem conhecida de DE, pois a testosterona desempenha um papel crucial na manutenção da função erétil e da libido.
Avaliação Endocrinológica na Disfunção Erétil:
A avaliação endocrinológica é parte integrante da investigação da DE, especialmente em casos de suspeita de distúrbios hormonais subjacentes. Isso pode incluir a medição dos níveis séricos de testosterona total e livre, LH, FSH, prolactina e outros hormônios relevantes. Além disso, a avaliação de fatores de risco endócrinos, como obesidade, diabetes e histórico de distúrbios da tireoide, é essencial para identificar possíveis causas subjacentes da DE.
Tratamento Endocrinológico da Disfunção Erétil:
O tratamento endocrinológico da DE visa corrigir os desequilíbrios hormonais subjacentes e melhorar a função erétil. No caso do hipogonadismo, a terapia de reposição de testosterona pode ser indicada para aumentar os níveis hormonais e melhorar os sintomas de DE. Além disso, o tratamento de distúrbios endócrinos subjacentes, como diabetes e hiperprolactinemia, pode ajudar a melhorar a função erétil em alguns casos.
Abordagem Multidisciplinar:
É importante ressaltar que a DE muitas vezes é multifatorial, com contribuições tanto de fatores hormonais quanto não hormonais. Portanto, uma abordagem multidisciplinar que envolva endocrinologistas, urologistas, psicólogos e outros profissionais de saúde é frequentemente necessária para avaliar e tratar adequadamente a DE. Uma compreensão abrangente das complexas interações entre os sistemas endócrino, vascular, neurológico e psicológico é essencial para fornecer cuidados de qualidade aos pacientes com DE.
Dr Victor Menezes é Endocrinologista formado na Universidade de São Paulo (USP-SP)