Os incidentalomas adrenais são achados incidentais de massas ou tumores na glândula adrenal, que são descobertos por acaso durante exames de imagem realizados por outras razões que não estão relacionadas aos sintomas adrenal. Este termo é frequentemente usado quando a massa é maior que 1 centímetro em diâmetro.
Epidemiologia:
A prevalência de incidentalomas adrenais está aumentando, em grande parte devido ao uso generalizado de técnicas de imagem, como tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM), em exames médicos de rotina. Estima-se que a prevalência dessas massas na população geral seja de aproximadamente 1 a 5%.
Fatores de Risco:
Os fatores de risco para incidentalomas adrenais não são totalmente compreendidos. No entanto, alguns estudos sugerem que a idade avançada, história de câncer, síndrome metabólica, hipertensão arterial, obesidade e tabagismo podem estar associados a um maior risco de desenvolver essas massas.
Causas:
As causas dos incidentalomas adrenais podem ser variadas. A maioria dessas massas é benigna e não funcional, como adenomas adrenais. No entanto, em alguns casos, essas massas podem ser causadas por condições subjacentes, como carcinoma adrenal, hiperplasia adrenal, feocromocitoma, ou metastização de câncer de outras partes do corpo para a glândula adrenal.
Diagnóstico:
O diagnóstico de incidentalomas adrenais geralmente começa com a descoberta fortuita da massa em exames de imagem, como TC ou RM, realizados por outras razões. O próximo passo é avaliar a função da glândula adrenal, o que pode incluir testes de função adrenal e dosagem de hormônios adrenais no sangue ou urina. Além disso, a caracterização da massa através de imagens radiológicas é crucial para determinar se a massa é benigna ou maligna. Isso pode ser feito usando técnicas como TC com contraste, RM com sequências ponderadas em T1 e T2, ou PET-CT.

Tratamento:
O tratamento de incidentalomas adrenais depende do tamanho da massa, características radiológicas, função adrenal, presença de sintomas, e do risco de malignidade. Em muitos casos, uma abordagem de observação com acompanhamento regular através de exames de imagem e testes de função adrenal é suficiente, especialmente para incidentalomas pequenos e benignos. No entanto, se houver suspeita de malignidade, crescimento significativo da massa, ou sintomas relacionados, pode ser necessária a remoção cirúrgica da glândula adrenal ou da própria massa. Terapias específicas, como tratamento com medicamentos para feocromocitoma ou carcinoma adrenal, podem ser indicadas em casos selecionados.
Em resumo, os incidentalomas adrenais são achados comuns em exames de imagem e geralmente representam achados benignos. No entanto, uma abordagem cuidadosa é necessária para avaliar a função adrenal, caracterizar a massa e determinar a necessidade de tratamento, garantindo assim o melhor resultado para o paciente.
Dr Victor Menezes é Endocrinologista, especialista em Doenças da Adrenal, formado na Universidade de São Paulo (USP-SP)